SÍTIO DO
PICA-PAU-AMARELO

(1976, gravada no compacto de 1977, para a série homônima da Globo.)

Escolhida por Lucas Gil

 

Marmelada de banana

Bananada de goiaba

Goiabada de marmelo

Sítio do Pica-Pau-Amarelo

Boneca de pano é gente

Sabugo de milho é gente

O sol nascente é tão belo

Sítio do Pica-Pau-Amarelo

Rios de prata piratas

Vôo sideral na mata

Universo paralelo

Sítio do Pica-Pau-Amarelo

No país da fantasia

Num estado de euforia

Cidade Polichinelo

Sítio do Pica-Pau-Amarelo

Comentários de Gil: “Essa foi feita de encomenda, para o programa homônimo da Rede Globo. Dori Caymmi, encarregado da trilha sonora, estava encomendando as músicas aos colegas, pedindo a um que fizesse a canção da Narizinho, a outro que fizesse a canção do Pedrinho, a outro que fizesse a canção do Visconde… Quando ele veio me pedir uma, eu perguntei: ‘Mas eu não posso fazer uma canção – um jingle – para o sítio?’ Ele respondeu: ‘Se você quiser, pode; se ficar legal, se couber, tudo bem.’

Eu preferi fazer uma canção que falasse de todos os personagens e do sítio todo, que ocupasse aquele espaço inteiro e nela coubesse Taubaté toda. Aí fui trazendo os personagens – boneca de pano, a Emília; sabugo de milho, o Sabugosa – e sempre procurando uma rima para ‘sítio do Pica-pau-amarelo’ ao final de cada parte, terminando com ‘Cidade Polichinelo’, que é um personagem de um outro sítio, o polichinelo europeu.

A canção ficou muito popular por causa da série. Por nove, dez anos, todo dia, toda tarde, ela tocou, martelou. Mais tarde, a sua recuperação – após ela ter entrado no show Tropicália 2 – para o repertório do Unplugged foi um resultado dessa popularidade. Sua inclusão se deu a pedido do Lucas Santana, o flautista que tocava no grupo, que cresceu acompanhando o ‘Sítio do Pica-pau-amarelo’ e que argumentou: ‘Ela é uma música da nossa geração, muito emblemática para nós. É como se fosse um button na nossa camisa, sabe? Então canta!'”.